poesia

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19 de fevereiro de 2015

A carência de Adão!







O pai Javé levitava,
por riba do Paraíso
para ver se tudo estava,
em seu perfeito juízo.

Eis quando viu seu Adão,
à sombra duma azinheira,
rogando a sua atenção,
p'ra chegar-se à sua beira.

Pai Javé deslevitou,
assentou seus pés no chão,
curioso perguntou:
Que desejas meu Adão?

Adão disse: Meu Senhor,
sinto algo muito estranho,
estou abrasado em calor
e o pénis deste tamanho!

Pai Javé, porte mangão,
ao ver tal pénis sorriu,
nunca vira uma erecção,
um tal facto não previu.

Santos céus, Javé bramou!
Que fazer para amainar,
o que de Adão se apossou?
Que fazer p'ra se acalmar?

E Javé viu-se a pensar:
Se o pénis está mui esticado,
algo houve p'ró levar,
a padecer dum tal estado!

E por ser omnisciente,
Javé prestes entendeu,
do que Adão era carente
e uma cura concebeu.

E logo esculpiu a Eva,
a mais bela criação,
que no amor se releva
e faz mui feliz Adão.

18 de fevereiro de 2015

Recordar!








Sulcando as ondas da vida e me abeirando do Além,
recordo o cais de partida e o que em catraio sonhava.
Era o sonho navegar, pelos charcos de água em Aquém
e para o meu sonho atingir, naus de papel eu criava.

Em tais naus eu navegava, ao sabor da fantasia.
Forjava monstros marinhos, impedindo o meu vogar
e eu o Senhor dos charcos, os meus poderes bramia,
e os levava à submissão para a demanda vingar.

Foram sonhos de catraio, agora noutros navego,
vogo em águas de outros charcos, noutra demanda me entrego.

10 de fevereiro de 2015

O Amor, aquando palavra a sós!










O Amor, amor não é, quando se apresenta a sós,
é tão somente palavra e sem poder de expressão.
é um conjunto de letras mortas, porque sem voz,
e a vogar no não amar, sem algo por conexão

Para vogar como amor e o seu fado cumprir,
não ser a mera palavra e de afectos vazia,
de amor não se sentir nua e com ele se vestir,
dêmos-lhe o "belo dizer", a mui sacra Poesia.