poesia

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28 de janeiro de 2013

A importância do beijo!


Entregou-se mas não a encontrou,
não viu seu corpo receptivo ao seu.
Tímido e surpreso lhe perguntou,
se algo em seus modos a ofendeu.

Ela ansiosa para ele olhou,
num ápice ele entendeu seu desejo.
Fora a chave do amor que lhe faltou,
chave que se traduz num simples beijo.

Um longo beijo em seus lábios lançou,
ela, muito ternamente se abriu,
ele , muito suavemente nela entrou.

E um coito inebriante emergiu,
e de olhos lindos, brilhantes, sem lágrimas,
abraçou-o meiga e feliz sorriu.

23 de janeiro de 2013

"Fora eu um Deus..."










Fora eu um Deus Pintor,
e a Terra pintaria,
dar-lhe-ia a verde cor,
alma nova lhe traria.

Fora eu Deus Forjador,
e em bigorna moldava,
uma semente de amor
e na terra a semeava.

Fora eu um Deus Regente,
em pauta decretaria,
ser a Terra uma nascente,
de constante sinfonia.

Fora eu um Deus do Riso,
e poria o mundo inteiro,
pondo na face um sorriso,
como seu dever primeiro.

Fora eu um Deus Escultor,
outro Homem cinzelava,
lhe dava toques de amor,
ao Mundo assim o lançava.

22 de janeiro de 2013

"Boleia p'rá outra Margem"









Dás-me boleia Barqueiro?
Passagem p'rá outra Margem?
Sou pobre alma, sem dinheiro,
para pagar-te a viagem.

Dás-me boleia Barqueiro,
aquando desta me for?
Não sou do poder herdeiro,
como se fora um Heitor.

Permite não fique apeado,
Na margem, cais de partida,
ad aeterno ostracizado,
e de minha alma perdida.

Extirpa de ti Barqueiro,
Coronte o que te possessa,
sê um justo Timoneiro,
suplanta tua alma avessa.

17 de janeiro de 2013

"Um amor infeliz "







Nela ele poisou o seu tímido olhar,
com ligeiro tremor e rosto a  corar,
os olhos dela em si também se pousaram,
e um terno sorriso entre si trocaram.

Incontáveis vezes, sorrisos trocaram,
e por timidez de amor não se tomaram.
Um dia não puderam trocar o olhar,
porque ela com outro os passou a trocar.

Passados anos, outra vez se cruzaram,
ele mui tímido, os seus olhos baixou,
e os olhos dela também se baixaram.

Mas o tempo, um tal amor não apagou,
e ao se afastarem, os seus olhos choraram,
choraram por um amor que os não abraçou.

12 de janeiro de 2013

"Uma Estrela vinda do Céu"










E a lua reverente,
se inclinou ao ver passar,
era uma Estrela Candente,
num lindo colo a poisar.

Maria Pena de Bastos,
se chama a Estrela Candente,
e pese o ter alma de Astros,
quis encarnar e ser gente.

E alguém naquele lar,
a vovó da bela Estrela,
se viu feliz a chorar,
quando a viu sorrir p´ra ela.

E ao colo lhe pegou,
prestes se viu a cantar:
Eu te quis, Deus te mandou,
para assim poder-te amar,

durma durma, minha flor,
e não tema adormecer,
vou prendê-la com amor,
para um Astro não volver.

10 de janeiro de 2013

"Lágrimas, são..."







Lágrimas, são o decanto,
soltas do mosto da idade,
moldadas por desencanto,
na bigorna da saudade.

Lágrimas, são as suturas,
de resquícios do passado,
e qual remédio, são curas,
para um amor mal amado.

Lágrimas, são nostalgia,
de antanho com seus cadilhos,
numa agridoce agonia,
se por memória dos filhos.

Lágrimas, são alegria,
se se assomam por amor,
que por passe de magia,
são debulhadas da dor.

Lágrimas, são o brotar,
da fonte das emoções,
as que brotam por amar,
são as mais doces poções.

8 de janeiro de 2013

"Amores, são..."










Amores, são envolvências,
com algemas consentidas,
e as mais doces vivências,
pelos amantes vividas.

Amores, são desfraldar,
das bandeiras de emoções,
exalos de amor a brotar,
em fontes nos corações.

Amores, são transumantes,
com rotas em nosso peito,
rotas ditas dos amantes,
num apascento perfeito.

Amores, também são flores,
entre cardos a raiar,
amputando ao espinho as dores,
elevando o verbo amar.

Amores, são sinfonias,
em notas ao vento lançadas,
nas mais puras das orgias,
e em paixão orquestradas.

Amores, são...

2 de janeiro de 2013

Trilogia das Dores!









"Dor d'alma",

A "dor d'alma" é dor que mói,
quem dela sofre se ajouja,
e de ajoujado constrói,
tumba onde a morte se pousa.

Só de alma, desajoujado,
corrente é se ouvir falar:
"foi pobre e desamparado,
foi bom a morte o levar".

"Dor de cotovelo",

Ai a "dor de cotovelo"!
A malquista de tal dor,
tem inveja por modelo,
é apego de estupor.

Que a dita lixe o danado,
o que sofre de tal dor,
e morra dela enfartado,
aquando desta se for.

"Dor de corno",

Dizem que ter dor de corno,
só a sente, quem a tem,
que é uma dor sem retorno,
triste vergonha também.

Uma tal dor só se cura,
pós a vida se finar,
com cornos na sepultura,
e tempo os a degradar.