poesia

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30 de maio de 2014

Sonhos de outrora!




Todos temos arquivados,
os sonhos de outrora havidos,
os que p'la alma arrumados,
porque com peso sentidos.

E aquando recordamos,
os sonhos do que não fomos,
no nosso arquivo arrumamos,
o que no presente somos.

26 de maio de 2014

Bocage, o meu eleito!















Insignes poetas, por este país passaram
e entre eles, está o mangão do Bocage.
Os seus poemas, vincado rasto deixaram
e são requinte com seu sabor de vintage.

Foi um perito nos poemas de enxovalho,
tal como o fora nos ditos de sedução.
Foi muito exímio no rebimbar o seu malho,
e um boémio sem modos de contenção.

Muitos afirmam, ser Bocage o criador
de rosário de anedotas, estilo chorrilho,
mas não o é, sendo o seu verdadeiro autor,
gentalha inculta, para lhe ofuscar o brilho.

Salvé Bocage! Como o Maior eu te elejo.
Maior que tu, o  não descortino, não vejo!

17 de maio de 2014

As mutações do poeta!






                I
Como se fora abelhinha,
o poeta vai pousar,
onde se move a letrinha,
para ao seu poiso a levar.

E com ela vai compor,
belas formas de dizer
e levá-las p'rás depor,
em espaço onde as vão beber.

              II
O poeta é camaleão,
de muita cor se compõe,
é clara tal condição,
seu estado d'alma o impõe.

E a cor que mais se solta,
é d'outrora, d'outra idade,
a que está sempre de volta,
porque brota da saudade.

             III

O poeta tece a teia,
com fios de poesia
e por tecê-la, campeia,
nos recantos de magia.

Rende-se à teia o poeta,
de outros fios a enfeita,
a torna amante dilecta,
em simbiose perfeita.

16 de maio de 2014

O poeta é colibri!











Poeta é como se fosse,
um colibri mariposa,
sorve ao alfabeto o doce,
para dar o verso à prosa.

É o doce o condimento,
para a inspiração fluir
fazendo a todo momento
um belo poema surgir.

É qual vedor o poeta,
na procura das imagens,
as absorve e as projecta,
p'ra compor suas mensagens.

10 de maio de 2014

Vogar com procelas!









Vejo-me como se fosse um qual barco em procelas,
com alguns rombos no casco e sem cais onde aportar,
mas com mão firme no leme e levando o vento às velas,
tento as rotas de um mar chão e assim nele repousar.

3 de maio de 2014

Esculpir meus poemas!










É na Pedreira Alfabeto,
que as letrinhas vou extrair.
Com elas, sou arquiteto,
para os poemas esculpir.

E as uso quais cinzéis
num mui meigo cinzelar,
como se fossem pincéis,
quando na tela a pintar.

E findas as cinzelagens,
os poemas vou soltar,
para levarem mensagens,
a quem as queira aceitar.