poesia

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26 de dezembro de 2011

Requiem pelo meu Natal










Mais um Natal se passou.
O que trouxe, o que deixou?

Algum sonho e fantasia,
resmas de papel d'embrulho,
colest'rol e muita azia,
e grandes montes d'entulho,

cassetes com baboseiras,
um Nicoláu importado,
arremedos de Janeiras,
Luso Presépio ignorado.

Requiem pela tradição,
p'lo Natal em seu caixão.

13 de dezembro de 2011

O Natal











O Natal é a filhó,
a gostosa rabanada,
a também fofa bilhó,
o repasto, a consoada.

É também um bom licor
e um tintinho divinal,
para à mesa darem cor,
darem calor ao Natal.

É o cantar as janeiras,
o dia de mil perdões,
os madeiros, as fogueiras,
o prazer dos foliões.

É amor, é harmonia,
o mais belo hino cantado,
a exuberante alegria,
por um parto desejado.

É o canto a um Chegado,
suposto filho de Deus,
e por não crentes cantado,
como se fosse dos seus.

3 de dezembro de 2011

Almejos ecológicos!













Floresta perdida e oculta de telas,
que assim se mantenha em seu estado, nua,
virgem imaculada e bela entre belas,
negando ao pincel que a infecte, possua.

Que de vis roteiros se sinta ocultada,
e só por naturais seja possuída,
mantendo-se pura, não desvirginada,
que prenhe de seivas dê vidas à vida.

Dê vidas à vida, qual força motriz,
que à terra as oferte, seja seu sustento,
e de um novo viver sejam geratriz,
que sejam p'ró Homem, maná, alimento.

Que por seu manto verde a Terra proteja,
lançando em seu seio sementes vitais,
sementes de vida que o Homem almeja,
e assim lhe permita cumprir ideais.

12 de novembro de 2011

Trova de um Lobo Alfa









Auuuuuuuuuuuuu!
Auuuuuuuuuuuuu!

Tenha meu uivo um amigo,
que a bom porto o leve o vento,
que o leve e traga consigo,
o lar que tive em meu tempo.

Quero as serras, o meu lar,
beber água em suas fontes,
ser trovador ao luar,
uivar para lá dos montes.

Ser um Alfa de alcateias,
com elas caçar nos montes,
ser um lobo sem cadeias,
viver noutros horizontes.

Ser pai de livres lobitos,
com seu espaço, seu abrigo,
liberto de vãs conflitos,
tendo o Homem por amigo.

Sinta o Homem minha trova,
para assim poder viver,
com seu gesto faça prova,
de um salutar conviver.

Auuuuuuuuuuuuuuuu!
Auuuuuuuuuuuuuuuu!

31 de outubro de 2011

"Filhos de hermes"




São filhos de hermes e braços do polvo,
actores de farsa de soez cariz,
gang organizado, votado p'lo povo,
e uns vasconcelos, traindo o País.

São porcos que fossam onde euros abundam,
abutres que chocam a fome no covo.
São ratos que fogem se os barcos se afundam,
vampiros que sugam a alma do povo.

São corja que o povo, na fome apascenta,
a fome que o transporta ao status de antanho,
o status de angústia, que a fome acalenta,
e o leva a portar-se qual dócil rebanho.

Que o povo se erga, se firme em barreira,
que combata a corja, reaja à pobreza,
e qual Brites de Almeida, ousada padeira
ao polvo se oponha, seja fortaleza.

29 de outubro de 2011

"Evolução"










Espelho meu, ó espelho meu!
Conta... diz par'onde eu vou,
d'onde vim e quem sou eu?
Por que vim? Quem me criou?

E o espelho respondeu:
Que de África me apeei,
e que África concebeu,
naquilo em que me tornei.

Mais adiantou o meu espelho:
Par'onde vais? Não agoiro!
Talvez vás morrer de velho,
se o mundo não der um estoiro.

Livro aberto, 'inda contou:
Que p'rá África chegar,
algo em mim se transformou,
pois minha mãe fora o mar.

P´ra conclusão rematou,
haver na Bíblia a versão:
Fora Javé quem forjou,
do barro moldar Adão.

Não encontrando respostas,
para assim me elucidar,
ao espelho vou virar costas,
nada mais lhe perguntar.

27 de outubro de 2011

Bruxas portuguesas, sempre!









Entre a bruxa portuguesa,
e a bruxa americana,
eu alinho, com certeza,
pela bruxa lusitana.

A bruxinha portuguesa,
'inda cumpre a tradição,
se desloca pobretana,
a yankee, em foguetão.

Seja um bom patriota,
largue as bruxas de halloween,
passe a gente que as boicota,
desse modo não traquine.

15 de outubro de 2011

"Amor imperfeito!"








Sua mão em seu lugar tacteou,
um lugar frio e vazio encontrou.
Dela ficaram resquícios de odor,
frutos de coito d'intenso fervor.

Surpreso, com encanto se depara,
a prostituta o coito não cobrara,
junto ao dinheiro deixara uma flor,
e a mensagem: foi um coito de amor.

Sempre que a prostituta regressava,
ao seu amante ofertava uma flor,
o jeito de dizer-lhe que o amava.

Ele, apaixonado balbuciava:
sê minha apenas minha, meu amor!
E a flor, perante tal rogo murchava.

10 de outubro de 2011

"Ode à amizade"








Alguém um dia cantou:
"Que a morte não mata o vento,
e a raiz ao pensamento,
machado algum a cortou".

Por ser livre o pensamento,
aos ventos lanço meu canto:
A amizade é sentimento,
do mais sublimado encanto.

A amizade é a junção,
dos mais nobres sentimentos,
e que leva ao coração,
os mais belos dos momentos.

Seja amizade alimento,
de vivência salutar,
e aprazível condimento,
nesta sã forma de amar.

Pode morrer a amizade,
quando um amigo se for,
mas ficará a saudade,
a bela forma de amor.

6 de outubro de 2011

"Dúvidas"










Prouvera eu conhecer-te,
para a ti poder chegar,
mas porque não poder ver-te,
me levas a te indagar:

Te assumes como autor,
o designer paisagista,
de tudo o que ao meu redor,
pelos meus olhos se avista?

Engenheiro e criador,
e que do nada fizeste,
o universal motor,
do movimento celeste?

Eu, da vida um viandante,
suposto de tua lavra,
aguardo alma expectante,
que de ti venha a Palavra.

Se porventura a Palavra,
à minha porta chegar,
deixarei que ela se abra,
assim Ela possa entrar.

1 de outubro de 2011

"No inferno de Dante"








Quero a alma bem passada,
barradinha, ao meu sabor,
e de trampa recheada,
disse o Demo ao Grelhador.

Também chispando exigiu,
que a dita fosse empalada,
p'ra que o molho que pediu,
não vertesse, desse em nada.

Como bebida ordenou,
urina bem decantada.
Logo servido a provou.
por tíbia desmedulada.

O Demo a Alma enfardou,
a pança de gás encheu,
e tão alto traqueou,
que todo o inferno tremeu.

Porque da alma gostou,
adorou o seu sabor,
logo lesto a defecou,
p'rá repor no Grelhador.

Este tenebroso inferno,
d'imensurável tormento,
e de dor em "ad eterno",
é d'igrejas, alimento.

24 de setembro de 2011

"Os ribeiros da minha Aldeia"












Na serra da minha Aldeia,
brotam lindos fios d'água,
ir p'ró mar, sua odisseia,
demanda de sonho e árdua.

Brotam: o Souto, o Cabeiro,
o do Meio e o Tornadouro,
afluentes do ribeiro,
o Cebola, um leito d'ouro.

Porque ao Cebola rogaram,
passagem para seu fim,
por seu leito demandaram,
rumo ao caudal do Porsim.

Em Porsim já instalados,
vão por curvas sinuosas,
e em modos extasiados,
beijam as ribas formosas.

Mas, seu estado retraiu,
quando para forte espanto,
um grande caudal surgiu,
sorvendo o sublime encanto.

Era o Zêzere o caudal,
que bem lesto se aprontou,
e num gesto paternal,
em sua água os montou.

Longo percurso vencido,
e fatigante viagem,
foi p'lo grupo decidido,
repousar numa barragem:

A do Castelo de Bode,
manto d'água aquietada,
em que no seu seio eclode,
um encanto de pousada.

E pós poiso repousante,
em caudal, fluxo cerrado,
levaram demanda avante,
rumo ao sonho desejado.

Pelo Zêzere alertados,
sobre um gigante caudal,
os ribeiros agrupados,
se induziram de moral.

Agrupados e sem pejo,
alma aberta, sem pavor,
afluiram para o Tejo,
o Caudal Adamastor.

O Tejo, monstro amoroso,
na junção, logo os amou.
e num gesto generoso,
para o mar os transportou.

E eu, o José Loureiro,
da minha casa em Almada,
olho o Tejo, prazenteiro,
pois em si, há terra Amada

Já bem no mar envolvidos,
desfrutando nova vida,
os Fios são esquecidos,
e demanda concluída.

Singular contradição,
pois na minha bela Aldeia,
iguais fios brotarão,
retomando a odisseia.

É a vida em movimento,
os ciclos d'água em função,
dar aos fios alimento,
numa eterna mutação.

23 de setembro de 2011

" Alma Benfiquista"












Ó meu Benfica,
minha paixão,
tu és conquista,
e devoção.

És a bandeira,
deste país,
és mensageira,
do ser feliz.

És a tormenta,
dos teus rivais,
e que fomenta,
todos seus ais.

Nós "Lampiões",
te adoramos,
por campeões,
te veneramos.

O nosso preito,
ó Glorioso,
tu és perfeito,
e grandioso.

21 de setembro de 2011

"O bichinho da Madeira"










Um bichinho da Madeira,
aterrou no Continente,
para gamar-lhe a carteira,
e fanar o taco à gente.

Ao fanar se riu contente,
o filho de cabra velha,
pois pôs o Tuga indigente,
a viver só de semelha.

O estupor do bicharoco,
aos poucos nos foi papando,
encheu mula sem dar troco
e, p'rá merda nos mandando.

Haja alguém que ponha taco,
e compremos pesticida,
p'ra dar-lhe cabo do caco,
sacar-lhe a puta da vida.

Roguem taco, santa gente,
porque o bicho assim perdura,
transformando o Continente,
num montão de serradura.

Concluindo: que ao bichinho,
seja travado o capricho,
de modo a que ao Zé Povinho,
mercados não chamem lixo.

14 de setembro de 2011

"O coito dos Anjos"














Dizem ser assexuados.
Porque o são, sem copular.
Observar-nos extasiados,
são os seus modos de amar.

Seus orgasmos são trinados,
em celestes sinfonias,
por Serafins orquestrados,
nas mais puras das orgias.

De mui belos açafates,
em varandas divinais,
nos lançam as suas artes,
coitos d'arte angelicais.

E tais artes quais sementes,
nos possuem, germinando,
induzindo nossas mentes,
modos d'anjos ir captando.

Daí é corrente ouvir-se,
sussurrar em carnal coito,
já de orgasmo a extinguir-se:
És um anjo, meu "biscoito"!

11 de setembro de 2011

"Impostos, sua paixão!"








Impostos, sua paixão,
sua bela fantasia,
por ela nos deita a mão.
à carteira e faz razia.

Viperino, olhar de gelo,
abutre de arribação,
não tarda nos põe em pêlo,
nos deixando à Pai Adão.

Nos deixando, à Pai Adão,
e sem parra nos tomates,
dizendo ser condição,
dos financeiros resgates.

E, não tarda que o alarve,
também taxe a "cambalhota",
imposto suposto que agrade,
aos mercados que suporta.

9 de setembro de 2011

"O que é a ousadia?"










Mandar o chefe p'rá porra,
também p'rá coisa da tia,
ou outra merda que ocorra,
se chama a isso ousadia.

Ousadia é também:
Olhar de frente o chefão,
dizendo ao filho da mãe:
És gentalha, seu cabrão!

E mais digo: A ousadia,
é dizer ao nosso amigo,
no chefe não se confia,
p'ra ter cuidado consigo.

Também ao chefe dizer:
Não passar dum corno manso,
que o patrão papa a mulher,
não passa dum pobre tanso.

Concluindo, é ousadia:
Se lhe diga em alto som,
que só trampas irradia,
e se consta ser um bom...

8 de setembro de 2011

"O Portuga e o fado Kalimero"











Dá-me guito, dá-me peito!
Dá-me peito onde chorar,
ter teu peito, dá-me jeito,
e aproveito p'ra mamar.

Sem teu peito, arre porra...
só me sinto estrebuchar,
e por muito que eu corra,
não consigo aí chegar.

Dá-me guito, p'ra ter guita,
combustível p'rá 'rancar,
porque sem guito, esta fita,
só se afunda a derrapar.

Sem o guito, marco passo!
Sem mamar, o que eu faço?
Arre porra, arre macho,
que a "troika" m'encha o tacho.

28 de julho de 2011

"Lágrima"










Lágrima, o desencanto,
o verter de sentimento,
mosto de dor em decanto,
pós processo de fermento.

Prazer mutado em deleite,
um sentimento implodido,
simulacro p'ra que enfeite,
excelso regalo sentido.

Lágrima, a sedução,
logro pela fonte urdido,
o engodo e atracção,
do incauto seduzido.

Singular polivalência,
dor, amor, mais emoções,
fluido amorfo e decorrência,
do libertar de paixões.

27 de julho de 2011

"Lúcifer, Anjo de Luz"










Lúcifer, Anjo flamante,
porte altivo, aprimorado,
porventura o mais brilhante,
que por Javé foi criado.

Porque de fino recorte,
e da estirpe Querubim,
Javé o indiccou suporte,
do seu Terrestre Jardim.

Do seu Terrestre Jardim,
lar do Fruto desejado,
Fruto Adão, o seu afim,
e glória do seu reinado.

Lúcifer, Anjo guerreiro,
porte nobre, senhoril,
recusou ser um caseiro,
qual cão guarda de redil.

E de Javé se apartou,
por outra paixão movido,
d'outra faina se ocupou:
a alma do Fruto caído.

Dizem se passou assim,
Lúcifer com sua estória,
um proscrito Querubim,
nos legado p´ra memória.

23 de julho de 2011

"Fantasia geométrica: a Hipotenusa"










Uma linda hipotenusa,
anseia ser diagonal,
porque bela, se recusa,
não cumprir sexo real.

Sonha viver em quadrados,
libertar-se dos catetos,
desfrutar de quatro lados,
potenciar seus afectos.

E rogou à geometria,
invocando o seu tratado,
lhe faculte a fantasia:
a curtição ao quadrado.

Sorridente a geometria,
prontamente aquiesceu,
e num gesto de mestria,
ângulo recto concedeu.

P'ró ângulo concedido,
sugeriu ser ajustado,
e por catetos unido,
originar um quadrado.

13 de julho de 2011

Os malefícios do polegar no pensamento primata!










Estava o gorila sentado,
circunspecto, ar sisudo,
ao lado, seu filho amado,
brincava volvendo tudo.

Eis que então o pai gorila,
assentou toda a atenção,
para um gesto do reguila,
bem patente numa mão.

Mas que fez o jovem símio,
para a atenção despertar?
Reparou que ele era exímio,
a mexer seu polegar.

E por isso, o pai sisudo,
temendo a evolução,
impôs ordem ao miúdo,
travando-lhe a vocação.

E em estilo mui cordato,
foi à história e deu lição,
e informou o gaiato,
do porquê da observação.

Meu filho, queira escutar:
O nosso parente humano,
ao mexer o polegar,
foi fautor de farto dano.

Ao mexer seu polegar,
modos de vida alterou,
não tardando a deturpar,
o que Deus Símio legou.

Ousa ser símio decente,
brinca sumindo teu tédio,
goza com nosso parente,
elevando o dedo médio.

Concordante o juvenil,
disse ao pai ir aceitar,
estar atento ao vil ardil,
do estupor do polegar

6 de julho de 2011

Prece!













Que a Morte me seja doce,
terna, meiga e sedutora,
como minha amante fosse,
de meus medos redutora.

Que seja meu aconchego,
do pós vida o meu alvor,
e meu eterno sossego,
quando eu desta me for.

Sejas minha, doce Morte,
meu prazer e eterno ócio,
minha perpétua consorte,
desta vida, o meu divórcio.

Venham Parcas, meus amores
e proclamem meu finar,
para sempre cerrem dores,
para em vós me extasiar.

2 de julho de 2011

"As gajas"









Ei-las! As Gajas despontam,
se libertam de cadeias,
velhos valores afrontam,
propondo novas ideias.

São Forças nestes desertos,
desertos falhos d'ideias,
tornando os Gajos abertos,
os libertando de teias.

Surjam Gajas e s'imponham,
como Regentes de orquestra
e, também seu instrumento.

Gajos préstimos componham,
deles sejam trave mestra,
suportes de seu sustento.

25 de junho de 2011

"Terra, uma bomba de lixo"










A vetusta e pobre Terra,
com falta d'ar agoniza,
um ciclo de vida encerra,
nova Terra se precisa.

Definha a pobre coitada,
pela espúria que a infecta,
purulenta e gaseada,
em nossas caras dejecta.

É lixeira a fermentar,
a gemer mui estrebuchada,
não tardando a rebentar,
e em calhaus fragmentada.

E nós, os porcos e maus,
causas de tal fragmentar,
voaremos quais calhaus,
sem ter para onde orbitar.

19 de junho de 2011

"Pobre puta, velha puta"










Fora bela a pobre puta,
e também centro de evento,
hoje, cantinho disputa,
p'ra sua enxerga ao relento.

Outrora vinda da Beira,
com mão cheia d'ambições,
e porque ingénua, a brejeira,
era um brotar d'ilusões.

Chegada à terra do sonho,
Lisboa, a chula, sorriu,
matreira, olhar risonho,
a prendeu e seduziu.

E fez dela manequim,
e corista de revista,
dotando-a de camarim,
como se fora uma artista.

Por adules induzida,
finas formas de cortejos,
foi p'la chula pervertida,
alimentou seus desejos.

Muitos anos decorridos,
findo o filão p'rá chulice,
mergulhou em desvalidos,
pagou preço da velhice.

Pobre puta, velha puta...

31 de maio de 2011

"SALOMÉ"










Salomé, linda judia,
e de Herodes enteada,
era em dança a fantasia,
também diva desejada.

Conta-se que se exibia,
perante a Corte Real,
e que a mesma seduzia,
com élan mui sensual.

Se diz também que a mãe,
dama de soez cariz,
era tida como alguém,
com porte de meretriz.

Herodias se chamava,
e na Judeia malquista,
e p'lo porte a contestava,
o Santo João Baptista.

E que a filha num bailado,
com tal charme s'envolveu,
que Herodes embriagado,
tudo a ela prometeu.

E que induzida p'la mãe,
uma sagaz calculista,
lhe solicitou também,
a cabeça de Baptista.

E o rei cumpriu promessa,
e prontamente ordenou,
sua cabeça em travessa,
tal como a diva rogou.

Mas mesmo decapitado,
o santo e bom do João,
é no presente chamado:
"Patrono do folião".

22 de maio de 2011

Maria Madalena!










Se diz que fora Maria,
em Magdala, muito bela
e que Jesus a queria,
morria de amor por ela.

Dizem também que Jesus,
pese em atroz sofrimento,
lhe sorriu, braços na cruz,
adoçando um tal momento.

Que Jesus ressuscitou,
saudoso do ser amado,
ser que outrora fecundou,
para encarnar seu Legado.

Foi Maria o Santo Graal,
seio albergue do Legado,
causa de amor sem igual,
e aos quatros ventos cantado.

21 de maio de 2011

"A LOBA E A PÁTRIA DOS TANSOS"










Portugal, pátria de tansos,
à Beira-Europa implantado,
um redil de anhos mansos,
por filhos da loba guardado.

Lobos alfa delegados,
da loba banca europeia
e, p'ró redil destacados,
ao serviço da alcateia.

O redil com seu rebanho,
rápido se vê sumido,
contraído no tamanho,
a só tansos reduzido.

Requiem pelo meu país,
esgotou-se e se finou,
morreu pobre, o infeliz,
loba banca o sepultou.

18 de maio de 2011

"A impotência de Zeus"














Era Zeus já mui velhote,
tremebundo e ar pungente,
com Divinas ao magote,
mas o dito era impotente.

Há muito sem fornicar,
por não dispor de Viagra,
p'ró seu pénis activar,
e erecção não deflagra.

Por Esculápio observado,
com enfoque em erecção.
soube Zeus estar lixado,
por não haver solução.

Então Zeus em tom irado,
ribombo, voz de trovão,
ordenou-lhe ser tratado,
curá-lo da disfunção.

Esculápio, pensativo,
mostrando imaginação,
cu com medo, mas altivo,
grita: Eureka, há solução.

De passagem se quedou,
a das Divas gabarito,
a Afrodite e questionou,
do porquê do alto grito.

Olhos no chão, humilhado,
o velho Zeus informou,
ter o pénis em mau estado,
mais não disse, se acanhou.

Brejeira a Diva sorriu,
suas vestes levantou,
o pénis de Zeus curtiu,
não contido, ejaculou.

Foi assim...