poesia

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30 de agosto de 2013

Passos dançante!










Este passos de coelho,
de coelho não são passos,
e não passam dum modelo,
muito fértil em fracassos.

E o portas com desvelo,
p'rós mercados acalmar,
mesmo sem igual modelo,
com o passos quer dançar.

É tão certo, tarda nada,
irei vê-los dançar tango,
descambando p'rá lambada.

E o Zé, deles anti,
porque juri, dá-lhes nega,
e de tal lambada ri.

29 de agosto de 2013

Bucolismo: O pastor e a cabra!











Cabra dum raio que te parta,
sais à chiba que te pariu,
e ao pai bode que já partiu,
coisa alguma, já te farta.

Larga, larga as couves, cabra!
Ouve o cachorro a ladrar,
olha que o dono não tarda,
não o estás a enxergar?

Sai, sai daí seu estupor,
se não levas com cajado,
nesse teu belo costado.
Salta a sebe, por favor!

Muito bem, sempre saltaste,
o juízo tu tomaste.
Vá... antes que a noite venha,
preparemos a ordenha.

28 de agosto de 2013

Crónica matizada!











Actuação das manas Anas: a Cláudia e a Filipa.
Evento: Reviver n(as) Minas, em 2010
Autor da foto: António Madeira Antunes.
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Apraz-me por em destaque,
ledas e belas moçoilas,
tocando trechos de Bach,
quais ondulantes papoilas.

Elas foram primazia,
e de postura requinte,
o seu toque foi magia,
um maná para o ouvinte.

O seu toque foi magia,
e com charme a envolvê-las,
o auditório não sabia,
se ouvi-las, ou se vê-las.

Foi patente a empatia,
com evidentes sinais,
e a manifesta alegria,
ao ouvi-las, dos seus pais.

Foram mensageiras d'arte,
Calíopes de corpo inteiro,
o prazer para o que parte,
mas que se afirma mineiro.

Celestial bolsa de valores!













Dizem ser da cristandade,
e seu culto praticando,
e em actos de caridade,
paraisos vão comprando.

Um descaro e despudor,
tal bondade praticarem,
fazerem da esmola valor,
p'rós paraisos comprarem.

A caridade os consola,
mesmo sem bula papal,
para tornarem a esmola,
num seu crédito oficial.

A pobreza é um estatuto,
que advogam e p'ra durar,
ela é seu salvo-conduto,
para no céu poderem entrar.

25 de agosto de 2013

Abram o Livro!









Abram o Livro e permitam eu saber,
saber porque a Terra se encontra a girar,
qual o motivo que a leva a se mover,
e quem ao leme a conduz no seu vogar.

Abram o Livro para poder-me informar,
qual o Engenheiro que a Terra formatou,
e que sem asas para assim poder voar,
para o Universo desasada a projectou.

Abram o Livro e perguntem ao autor,
quem ele é e também por onde ele anda,
se do Universo é também seu criador,
e se p'rá Terra projectou sua demanda.

15 de agosto de 2013

Para a velhinha que adoro!










Permite o meu abraço, doce velhinha,
e que por dentro de tua alma eu viaje,
sentir-te como que foras musa  minha,
fruir de tudo o que em ti tens de vintage.

Permite-me as tuas rugas transmutar,
e as transmute p'ra fontes do teu Saber,
por onde possa a minha sede debelar,
e ter-te em mim, pelo teu Saber beber.

Permite ser teu amparo, um teu bordão,
o protector, como um Cavaleiro Andante,
dos teus haveres, ser um firme guardião,
e dos afectos, ser um qual fiel amante.

11 de agosto de 2013

O burro, o dono e a nora!








Arre burro! Gira a nora,
gritava o dono p'ró burro,
e o asno, calma fora,
respondia com seu zurro:

Se tens sede, eu também tenho,
não fui eu que assim te pus,
e longe vai meu empenho,
em por água ao alcatruz.

E mais o burro zurrou:
que a condição p'ra rodar,
é dar-lhe do que semeou,
tudo o que mais lhe agradar.

E 'inda o burro a zurrar:
tira-me a puta da venda,
quero ver o que pisar,
no percurso, minha senda.

O dono um acautelado,
os olhos lhe desvendou,
e deu-lhe o pasto de agrado,
o que antes reivindicou.

E o burro zurrou ao céu:
sou feliz, haja alegria,
cumpriu-se um desejo meu,
ganhei certa autonomia.

Foi assim...

8 de agosto de 2013

Carta a um amigo finado!









Impedi a carpideira,
de por ti, chorar, carpir,
e lhe impus outra maneira:
chinfrinar, bailar e rir!

Actuei firme e preciso,
fi-lo por ti, p'lo que és,
activei o seu sorriso,
fiz-lhe cócegas nos pés.

Mas um sorriso é bem pouco,
porque trejeito p'ra mouco.
P'ra defunto, gargalhada,
e a bandeira despregada.

O que fazer? Como agir?
Eureka, lá encontrei!
Para por a velha a rir,
o seu rabo lhe apalpei.

E santo acto praticado,
pois por ti ela bailou,
e se ficou num tal estado,
que bem alto gargalhou.

Outra medida tomei,
de por ti nutrir afecto,
de luto não me trajei,
naõ alterei meu aspecto.

E me fiz de batuqueiro,
em teu caixão batuquei,
partiste p'ró céu prazenteiro,
p'lo batuque que te dei.

Ó diacho, ora entendi,
o quem sou, qual o meu estado,
e daí me apercebi,
que também eu estou finado.

E feliz por ser finado,
e poder participar,
contigo, bem a meu lado,
no além a poetar.


Crença ecológica!







E em tempos que virão,
faço por acreditar,
levareis filhos p'la mão,
ver peixinhos em ETAR.

4 de agosto de 2013

Ser poeta!








Autores: Victor Serra e Zé Loureiro.

De Victor Serra:

Ser poeta é ser dif'rente,
é sentir o que outro sente,
é amar sem ser amado,
é rejeitar o seu fado.

Poeta é ver em tudo o amor,
é ver o sol na tormenta,
é ser bálsamo na dor,
é sorrir quando acalenta.

Poeta é mente nascente,
é a quimera a brotar,
que com seu verso lucente,
leva a tristeza a placar.

De Zé Loureiro:

O poeta é regadio,
dos alfobres de palavras,
do trivial, arredio,
um vedor de abracadabras.

O poeta é o recobro,
do carente em fantasia,
e remédio p'ra soçobro,
com a bula em poesia.

O poeta é navegante,
no mar sito em verbo amar,
e a estrofe sua amante,
musa ao leme a navegar.

2 de agosto de 2013

Alma Mineira










Não deixei de ser Mineiro,
o assumo com vaidade,
e o sou de corpo inteiro,
por amor e ser verdade.

Tenho orgulho ser quem sou,
minha origem não olvido,
sou gente que sempre amou,
a terra onde eu hei nascido.

Ser Mineiro e Sanjorgense,
é o estado em meu pendão,
tirar-mo, ninguém o pense,
porque é sagrada paixão.