poesia

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27 de outubro de 2012

"Aguardando o fruto almejado"








Enquanto em seu ventre recostado,
e inibriado p'los seus sinais,
era como ao céu fosse levado,
vogando em ternuras paternais.

Quão bom era ouvir vida no ventre,
vida que por amor fecundada,
um cadilho a unir para sempre,
e bela flor p'lo mundo esperada.

No seu lar, um qual mar uterino,
a flor, que por amor semeada,
voga em direcção ao seu destino,
aos braços de por quem é amada.

26 de outubro de 2012

"Ser avó é..."








Avó, é ser a mãe ao quadrado,
essa tão adorável potência,
do neto, anjo da guarda a seu lado,
da traquinice, a santa paciência.

Avó, é ser resguardo, castelo,
uma vigia a todo o instante,
o regaço, aconchego mais belo,
herói, um qual cavaleiro andante.

Avó, é ser palhaço travesso,
hábil a varrer toda a tristeza,
um gentil simulador de avesso,
no seu mais puro jeito e lhaneza.

Avó, é aquando fenecer,
dos seus, a mais profunda emoção,
a estrela ao céu a ascender,
a doce e bela recordação.

22 de outubro de 2012

"Os meus medos"









Tenho medo de ter medo,
medo do que desconheço,
porque por medo me enredo,
nos medos de que padeço.

E tantos são os meus medos,
medos ligados à morte,
morte encerrando segredos,
no Além, seu cofre forte.

Medo do medo da vida,
que é da morte, umbilical,
e que depois de vivida,
da morte é um seu portal.

Pudesse eu juntar à morte,
algo que à vida a prendesse
a dotando de outro porte.
que sua foice perdesse.

Tenho medo de ter medo,
mas no medo me aconchego,
fingindo nele ser ledo,
p'ró meu corpo ter sossego.

21 de outubro de 2012

"O desconsolo das almas"










Desnudas do corpo, as almas,
sem seus exalos carnais,
vogando nas nuvens alvas,
de tédio lançam seu ais.

Miram do alto o que foram,
as vivências mais ousadas,
e as não tê-las deploram,
porque delas amputadas.

Como era bom o prazer,
que se soltava do coito,
ou doutros modos de o ter.
aquando de sexo afoito.

Como era bom o beijar,
alguém que muito se amava,
sentir seu corpo a vibrar,
quando do beijo abraçada.

Como se amava o olhar,
quando se via cruzado,
e que levava ao corar,
se de um amor partilhado.

Como se amava viver,
sentir o seu dia a dia,
amar e também sofrer,
ao sabor da fantasia.

Pobres almas, desoladas!
Em desconsolo a sofrer,
porque ad eternum castradas,
do que lhes dava prazer.

18 de outubro de 2012

"Será Deus um Ser Galático?"








Será que o Deus deste Mundo,
se expande p'ra lá de Plutão.
p'lo Universo profundo,
onde não chega a razão?

Ou será que o Deus do Mundo,
seja um mero Deus Menor,
se avassale ao do profundo,
porventura o Deus Maior?

Será que existiram Cristos,
nos Mundos do Deus Maior,
ou outos seres benquistos,
como Cristo, o Salvador?

Seja deste mundo, ou não,
que imane o poder de um Deus,
ele só será razão,
se for sentido p'los seus.

17 de outubro de 2012

"O meu baú de poemas"










Fui ao bazar e merquei
um baú para poemas,
e porque nele os lancei,
criei fonte de dilemas.

Porque sempre que o abria,
algo falava comigo,
era um poema e dizia,
quero voar, meu amigo!

E por mor desse poema,
o baú jamais cerrei,
libertei-me do dilema,
ao poema asas dei.

E voou e foi pousar,
em ramo que o acoitou.
Porque nele amou ficar,
p'ró meu baú não voltou.

15 de outubro de 2012

"Assim nasceu Amazónia"








Era o bom Zeus meditabundo,
como também um tanto irado,
porque algo faltava no Mundo,
Mundo que por si foi gizado.

Porque assim, o bom Zeus sofria,
pois desconhecia a razão,
do que seu  Mundo carecia,
e qual também sua função.

E porque assim, Zeus convocou,
As cortes, para o Monte Olimpo,
e do alto trono ordenou:
Quero a cura para o que sinto!

Mas preste perdeu a esperança,
de nas cortes encontrar cura,
pois porque à sua semelhança,
padeciam  da mesma agrura.

Entretanto surge Artemisa,
bela, quão bela é a abegónia,
e adiantou firme e precisa:
Pai dê ao mundo uma Amazónia!

E o velho Zeus aceitou,
o conselho p'la filha dado,
e logo Amazónia criou,
e ao Mundo a deu por legado.

Foi assim...

12 de outubro de 2012

"Os meus momentos Nirvana"










Os meus momentos Nirvana,
são de minha alma o sabor,
são o manter viva a chama,
que me prende ao meu amor.

Os meus momentos Nirvana,
são meus estados de extasio,
que se difunde e se imana,
preenchendo meu vazio.

Os meus momentos Nirvana,
são os que brotam do amor,
do aroma que dimana,
aquando se abre uma flor.

Os meus momentos Nirvana,
são resultantes de amigo,
do que bem alto proclama,
que lhe apraz lidar comigo.

Os meus momentos Nirvana,
são momentos que me aprazem,
porque o meu enxeco aplana,
e estados de paz me trazem.

10 de outubro de 2012

"Hino ao Sol"












Eu te venero, Deus Sol,
porque és da vida o sustento,
também da terra o farol,
e seu marcador do tempo.

Eu te venero, Deus Sol,
porque és da vida a razão,
de indigentes seu lençol
de seu sofrer contenção.

Eu te venero, Deus Sol.
porque és semente da vida,
no Celeste Olimpo, escol,
e doutros Deuses guarida.

Eu te venero, Deus Sol,
porque a ti devo o que vejo,
um mundo de teu crisol,
e teu mais sacro desejo.

Eu te rogo, meu Deus Sol,
que em tua alma a chama avivas,
que sejas dela o seu fole,
e sementeira de vidas.

7 de outubro de 2012

Meimoa, meu amor!











Em Meimoa não nasci,
por outras bandas nascido,
nela fui e p'lo que vi,
me apaixonei, seduzido.

Mas a Estrela, sua amante,
sobranceira e sedutora,
a vigia a cada instante.
e diz ser dela senhora.

Mas quando a bruma chegar,
daí se ocultando dela,
vou-me em seu seio lançar.
e fazer amor com ela.

Conceberemos amigos,
enquanto a bruma durar,
fazendo deles abrigos,
pós a mesma levantar.

5 de outubro de 2012

"Em sonho fui ao céu e não gostei"











Eu fui ao Céu e não gostei,
pois por lá vi, algo sem nexo,
vi o que jamais ponderei:
ir a um Céu, castrado em sexo.

No Céu, os Anjos não copulam,
sem sexo, não podem transar,
mas, as almas com sexo adulam,
por serem seus modos de amar.

Vi almas carentes penando,
aos Anjos rogando erecções,
e outras, com as mãos transando,
lembrando terrenas paixões.

Foi este o Céu com que sonhara,
um Céu envolvido em complexo,
mas porque um sonho, regressara,
ao mundo onde é livre haver sexo.

3 de outubro de 2012

"Gota d'água, meu amor"










Uma gota d'água, da água emergiu,
e porque na margem para mim olhava,
charmosa a magana, logo me sorriu,
e com mui descaro disse que me amava.

E eu, porque seduzido me apaixonei,
e nela abraçado, em fluxo vogara,
p'ra sua demanda todo me entreguei,
e ela feliz, porque ter-me lograra.

Vogando, vogando, ao mar desaguámos,
e sempre abraçados, fizemos amor,
e de almas fundidas, num só nos tornámos,
a Diva das águas em todo esplendor.