poesia

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25 de junho de 2011

"Terra, uma bomba de lixo"










A vetusta e pobre Terra,
com falta d'ar agoniza,
um ciclo de vida encerra,
nova Terra se precisa.

Definha a pobre coitada,
pela espúria que a infecta,
purulenta e gaseada,
em nossas caras dejecta.

É lixeira a fermentar,
a gemer mui estrebuchada,
não tardando a rebentar,
e em calhaus fragmentada.

E nós, os porcos e maus,
causas de tal fragmentar,
voaremos quais calhaus,
sem ter para onde orbitar.

19 de junho de 2011

"Pobre puta, velha puta"










Fora bela a pobre puta,
e também centro de evento,
hoje, cantinho disputa,
p'ra sua enxerga ao relento.

Outrora vinda da Beira,
com mão cheia d'ambições,
e porque ingénua, a brejeira,
era um brotar d'ilusões.

Chegada à terra do sonho,
Lisboa, a chula, sorriu,
matreira, olhar risonho,
a prendeu e seduziu.

E fez dela manequim,
e corista de revista,
dotando-a de camarim,
como se fora uma artista.

Por adules induzida,
finas formas de cortejos,
foi p'la chula pervertida,
alimentou seus desejos.

Muitos anos decorridos,
findo o filão p'rá chulice,
mergulhou em desvalidos,
pagou preço da velhice.

Pobre puta, velha puta...