poesia

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22 de junho de 2013

"Afectos melodiosos"












E ao revê-la viu esvair-se a nostalgia,
sentiu-se envolto pelo manto maternal,
e belas estrofes numa linda melodia,
que o elevaram para um estado original.

Por mesma pauta em amor se conjugaram,
se confundiram pela mesma melodia,
e ao sabor de celsas notas libertaram,
outros amores, numa lauta sintonia.

20 de junho de 2013

Hino à Senhora das Preces












Linda Senhora das Preces,
do Eden um seu Portal,
porque beirã enalteces,
das Beiras, seu natural.

Permitas que possa amar-te,
Virgem Bela e Redentora,
possa meu rogo alcançar-te,
p'ra de mim seres senhora.

Tenha meu rogo aconchego,
em teu Seio Sacrossanto,
p'ra minha alma ter sossego,
ter protecção em teu manto.

Que minha alma em ti repouse,
o meu mais ardente almejo,
teu amor em mim se pouse,
seja cais do meu desejo.

Obs. Transportado do "Quadrassoltas"

11 de junho de 2013

O monstro traga gente!










As minas na minha aldeia,
foram úteis certamente,
pese o tê-las na ideia,
como um monstro traga gente.

Muitos foram os tragados,
foi o meu, talvez teu pai,
outros já não recordados,
porque a memória se esvai.

Esse monstro traga gente,
esse cruel predador,
sorveu corpos lentamente,
e das famílias foi dor.

Esse vil monstro nefasto,
de seu nome silicose,
fez do pulmão seu repasto,
e da morte apoteose.

10 de junho de 2013

Quem sou eu?















Vogando dentro dos meus eus me aportei,
ao meu registo ignoto que ali fundeou,
e nele ancorado e inquieto indaguei,
quem sou eu, de onde vim, para onde vou?

Por onda emergente o registo informou:
sobre o que indagaste também desconheço,
sei que sou eu, que de ti, também eu sou,
e de agnosticismo, também eu padeço.

E do meu outro eu me desamarrei,
vogando em rota firme e sem procelas,
e porque liberto delas me encontrei,
segui ao livre sabor, arreando as velas.

4 de junho de 2013

Lacunas de amor!








Sinto-me como se fora um não completo,
meu amor voga no tempo limitado
voga em franjas de tempo e não repleto,
porque de modo imperfeito foi gerado.

Almejo amar e em espaço intemporal,
o amar, indo para além da razão,
em espaço cerzido por um puro ideal,
e assim as lacunas terem redenção.