poesia

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20 de junho de 2012

"Fantasia geométrica: o Cubo"









Era um cubo angustiado,
seu volume não sabia,
quanto pesava atestado,
o que em seu ventre cabia.

Disposto a de si saber,
recorreu à Geometria,
p'ró seu complexo conter,
contendo o que o afligia.

Dela veio de ego cheio,
por saber já calcular,
e em jeito de devaneio,
viu-se ufano a recitar:

O volume é encontrado,
pós se ter multiplicado,
a área de um seu quadrado,
pela dimensão de um lado.

Também simples demonstrar,
a área de um tal quadrado,
basta se multiplicar,
um lado por outro lado.

Para que a angústia se esfume,
meça o peso, "obesidade",
multiplicando o volume,
pelo factor densidade.

18 de junho de 2012

"Fosse Deus uma mulher"











Fosse Deus uma Mulher,
teria o mundo composto,
um mundo com outro rosto,
plantio de Bem Me Quer.

Fosse Deus o Feminino,
só Nado Belo paria,
dando ao mundo a fantasia,
de valor em gráu Supino.

Fosse Deus uma Mulher,
outro coro cantaria,
porque ao mundo arrancaria,
as pétalas Mal Me Quer.

Fosse Deus o Feminino,
com outras pautas regia,
impondo ao mundo harmonia,
um Matriarcal destino.

15 de junho de 2012

"Fantasia geométrica: o Cilindro"














Era um Cilindro a agastar-se,
pois estava a sentir-se obeso.
Sem balança p'ra pesar-se,
desconhecia o seu peso.

E incomodado informou,
o Tratado Geometria,
do peso que o apossou,
mas o quanto não sabia,

que não tinha uma balança,
p'rá assim poder-se rever,
saber do porque da pança,
e tal maleita a conter.

Nota bem, disse o Tratado,
não penses mais na balança,
deixa tudo ao meu cuidado,
deposita em mim confiaça.

Primeiro, a Área calculo,
área da base, ou "cintura",
de seguida com um pulo,
meço também tua Altura.

Findas tais operações,
e as ter multiplicado,
tens a mor das dimensões,
teu Volume desejado.

Por fim irei obrigar,
a dimensão Densidade,
p'ra teu Volume abraçar,
medir tua obesidade.

13 de junho de 2012

"Fantasia geométrica:o Rectângulo"














Os vértices de um rectângulo,
um rectângulo quadrado,
ousaram ser de losango,
um seu parente chegado.

E ordenaram aos segmentos,
para que abram os seus braços,
e assim tais comportamentos,
possam encurtar os espaços.

Milagre da Geometria!
Com hábil e simples jeito,
surge a linda fantasia:
Losango, espaço perfeito.

E os vértices se cansados,
da mutação em tais espaços,
podem voltar a quadrados,
basta que baixem os braços.

Mas os baixando ajustados,
construindo ângulos rectos,
assim virando a quadrados,
sem alterar-lhe os aspectos.

12 de junho de 2012

"Fantasia geométrica: a Coroa Circular"












A plebeia circunf'rência,
sonhou ser da fidalguia,
p'ra tal pediu audiência,
ao seu Rei, a Geometria.

Curvada e mui reverente,
Disse ao Rei o que sentia,
expôs do que era carente,
seu almejo e fantasia:

Que era mera circunf'rência,
sonhando com a realeza,
tinha uma régia apetência,
ser sua filha e princesa.

E ao Rei, um bonacheiro,
lhe agradou tal fantasia,
mas quis impor-lhe primeiro,
problema de geometria:

Que dentro de si comporte,
uma outra circunf'rência,
e bem arreigada a suporte,
por toda a sua existência.

A circunf'rência fez contas,
e para o seu centro olhou,
e com compasso de pontas,
raio mais curto encontrou.

E com ponta no seu centro,
a outra ponta rodou,
e pondo assim por si dentro,
uma irmã, e a albergou.

Com problema resolvido,
és princesa: o Rei clamou,
e num gesto decidido
no momento a coroou.

No momento a coroou,
com a "Coroa Circular",
coroa que se forjou,
num problema regular.

5 de junho de 2012

"O Mundo em sofrimento"










Pobre Mundo! Sofre e geme,
pungentemente implorando:
Timoneiro verde ao leme,
e em constância consertando.

Os humanos inumanos,
de seus males indutores,
potenciam os seus danos,
do seu belo, castradores.

Alguém terá já cantado:
"o Mundo pula e avança",
mas temo o homem apeado,
indefeso, qual criança.