poesia

poesia

29 de abril de 2014

Dúvida existencial!












Pergunto-me: serei eu e tão somente um mero sonho,
se acaso existo, ou se do sonho sou sua construção?
Pergunto-me, se de tecido vivo eu me componho,
ou se o sonho onde me sinto, será minha criação?

14 de abril de 2014

"Estórias do Demonho"



É por um escriba narrado e Demonho lhe chamou,
e no-lo dá a conhecer, num livro dito sagrado.
Tal narração foi imposta, por um deus que amuou,
por ver-se p'los adões por si moldados, ostracizado.

Foi  Demonho sua arma, para as dez leis lhes impor,
as leis esculpidas em tábua, à luz duma sarça ardente
e que não sendo cumpridas, levariam ao horror,
sendo o citado Demonho, o seu mais infiel agente.

E o astuto do diabo, um mais que perfeito actor,
ao adões serve-lhes gozo, ao qual não querem fugir,
dá-lhes farra, sexo livre e outras formas de amor,
coisas que em casa de um deus, jamais se farão sentir.

7 de abril de 2014

"As pechas do Molde"










Rogo a um Deus e dos da estirpe Deus Maior,
que monte tenda cá por baixo e nos esclareça,
porque ao molde, um produto do Deus Menor,
deu seu aval, sabendo haver, pechas na peça.

Impõe-se que monte a tenda p´ra esclarecer:
Do porquê de uma das pechas ser carburante.
Do porquê, quando ao parir, se deve sofrer.
Do porquê da dor, ser do moldado uma amante.

Porque o carburante, para  nos accionar,
tem também origem num, como nós moldado?
Como pôde um Deus e Maior avalizar,
uma tal pecha, vinda de um Deus apagado?

Como pôde avalizar a pecha sofrer,
limpando prazer ao doce acto de parir,
se antes devia, uma tal pecha varrer,
porque sem partos, um Deus não pode existir?

Como pôde dar seu aval, à pecha dor,
sabendo ser arma eficaz do Deus Menor
para que aos moldados, assim poder impor,
o rogo curvado, junto ao seu Altar Mor?

1 de abril de 2014

Meus modos de navegante!



Ao jeito e modos de quem fui, esse navegar cessei.
No presente, meus braços e barco não são desse tempo,
contudo, pese o meu remar se mostrar muito mais lento,
veloz vou navegando, rumo ao Cais, onde finarei.

Foram diversos no tempo, os meus modos de navegar:
Impaciente, porque mui lento a vogar, em tenra idade,
de igual modo lento também naveguei, na mocidade,
mas veloz e fogoso, aquando à vista o meu finar.

No barco levarei algo, para o meu finar compor,
vou transportá-lo para o Cais, onde fica o meu jazigo.
São memórias o que levo, para  jazerem comigo,
as memórias da que amo e meu ad aeternum amor.