O meu olhar levantei,
para ao vento perguntar,
se ele sabe o que eu não sei,
para poder-me informar:
Se de onde ele atrás partiu,
por aldeia, serra ou vale,
a minha amada ele viu,
que me diga e não se cale.
O vento lesto amainou,
e por branda rabanada,
gentilmente me informou,
sim, que viu a minha amada.
Ia linda a atravessar,
uma ponte dum ribeiro,
que fixou nela o olhar,
seduzido e prazenteiro.
E que em tal estado ficou,
que seu controlo perdeu,
e com tal força ventou,
que sua saia lhe ergueu.
Volta para junto dela,
disse-me antes de abalar,
pois podes ficar sem ela,
se um outro vento a levar.