Fora bela a pobre puta,
e também centro de evento,
hoje, cantinho disputa,
p'ra sua enxerga ao relento.
Outrora vinda da Beira,
com mão cheia d'ambições,
e porque ingénua, a brejeira,
era um brotar d'ilusões.
Chegada à terra do sonho,
Lisboa, a chula, sorriu,
matreira, olhar risonho,
a prendeu e seduziu.
E fez dela manequim,
e corista de revista,
dotando-a de camarim,
como se fora uma artista.
Por adules induzida,
finas formas de cortejos,
foi p'la chula pervertida,
alimentou seus desejos.
Muitos anos decorridos,
findo o filão p'rá chulice,
mergulhou em desvalidos,
pagou preço da velhice.
Pobre puta, velha puta...
Pobre puta, velha puta... E ainda assim enche de imagens uma linda poesia.
ResponderEliminarBjusss
Apesar de tratar um assunto triste, enche nossa alma de poesia!!! Beijos para o poeta que transforma uma pobre vida, numa bela poesia!!!! Um beijo muito amigo!!!
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