poesia

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1 de outubro de 2011

"No inferno de Dante"








Quero a alma bem passada,
barradinha, ao meu sabor,
e de trampa recheada,
disse o Demo ao Grelhador.

Também chispando exigiu,
que a dita fosse empalada,
p'ra que o molho que pediu,
não vertesse, desse em nada.

Como bebida ordenou,
urina bem decantada.
Logo servido a provou.
por tíbia desmedulada.

O Demo a Alma enfardou,
a pança de gás encheu,
e tão alto traqueou,
que todo o inferno tremeu.

Porque da alma gostou,
adorou o seu sabor,
logo lesto a defecou,
p'rá repor no Grelhador.

Este tenebroso inferno,
d'imensurável tormento,
e de dor em "ad eterno",
é d'igrejas, alimento.

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