poesia

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6 de agosto de 2015

O meu fadário!









No meu mar encapelado,
com soçobro no remar,
tento alegrar o meu fado,
para fadar noutro mar.

Por cordas duma guitarra,
com meu tempo a decompor,
rumo ao cais onde se amarra,
o do meu tempo, o senhor.

Mas o mar com suas escarpas,
fere as cordas, num ataque,
mata o cais com suas farpas,
nele impede o meu atraque.

Assim vivo o meu fadário,
é neste mar que navego,
que levo a cruz ao calvário,
que nele todo me entrego.

3 comentários:

  1. É simplesmente maravilhoso!! Peço a Deus que esse atraque ao cais mencionado, se realize daqui a muitos, muitos anos.Um abraço muito apertado!!!

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  2. Vou te pedir mais uma vez... Musique este lindo fado, por favor? Eu amo os fados...
    Muitos beijos.

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  3. Fadário é sinal de destino.
    Como o Fado, que sustenido,
    Em nota de música tirada,
    Duma guitarrada bem dedilhada.

    Fadário é fado cantado, vivido
    Em tasca com vinho bem servido
    Em púcaros de barro vidrado
    Ao som de fado bem cantado.

    Fadário é símbolo de vida
    Vivida, em lamúria sentida,
    Mas cantando na noite e viela
    Da Lisboa cujo fado é ela.

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