poesia

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14 de maio de 2012

"Os meus votos"







Minha Aldeia me receba,
aquando eu desta me for,
e minha campa conceba,
de meus versos, zelador.

Permita fundir consigo,
ser amparo e Eterna Mãe,
de meus restos, seu abrigo,
e Major Domus no Além.

Decomponha a transformar,
meu tecido em poesia,
para a campa se adornar,
numa eterna fantasia.

Seja também Celso Pouso,
almejada  Albergaria.
meu ad eternum repouso,
lauto exalo de harmonia.

2 comentários:

  1. Aqui, lembras-me os últimos sonetos do grande Bocage, confrontado com o único e o mais certo e verdadeiro drama da vida... Onde não constam os grandes feitos, as tremendas aventuras, as grandes obras... Mas tão somente o sentimento do apego às origens de uma vida que o poeta sente que se vai finando... Dele, apenas quer o poeta que fiquem as suas palavras, porque, são elas que a tudo o ligam, sempre que fala, diz e pensa a sua existência, que agora vê frágil, leve, suave, como uma transparência... O desejo do regresso às origens, como se pudesse desejar voltar a recomeçar outra existência em um mundo desconhecido...

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  2. Zé, o seu poema me remeteu a uma fantasia de criança, quando eu divisava castelos encantados em cidadezinhas bucólicas... Lindo!
    Bjuss

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