poesia

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27 de fevereiro de 2013

"Amante da Terra"

Peito p'ra fora, barriga para dentro!
Assim o ordenava aquele sargento.

Eu angustiava,
transia de medo.
Sofria, calava,
guardava segredo.

Segredo do medo,
do medo da guerra,
e do vil enrredo,
que nela se encerra.

Acima, vai abaixo, olhar em frente!
Assim o ordenava, aquele tenente.

E eu odiava,
mas obedecia.
Meu medo calava.
As ordens cumpria.

Cumpria a direito,
por medo sentir,
com falta de jeito,
p'ra ordens cumprir.

Companhia! Em freeeente: pela nação!
Assim o ordenava, aquele capitão.

E não entendia,
o fim de tal passo.
Meu medo crescia,
sentia embaraço..

Crescia embaraço,
por não entender.
Temia tal passo.
queria viver.

Tropas! Atenção: um passo adiante!
Assim o ordenou, aquele comandante.

Então entendi,
o porquê do medo,
e me decidi,
abrir meu segredo:

Desprezo da guerra.
A paz eu amar.
Amante da Terra,
só por si lutar.

4 comentários:

  1. MESMO SEM TER SIDO TROPA CONHEÇO BEM ESTES TERMOS E ATÉ ESSES MEDOS, PRIMEIRO NA ALTURA DO MEU MARIDO (ELE ESTAVA EM MAFRA NO 25 DE ABRIL), DEPOIS MAIS TARDE QUAND A MINHA FILHA QUIS ABRAÇAR A CARREIRA DE MILITAR DA GNR E TEVE QUE FAZER TROPA, AQUI JÁ SEM MEDOS ESSES TERMOS ERAM "ENCENADOS" EM CASA POR ELA NUMA EUFORIA TAL QUE ATÉ ME ORGULHAVA TAL ERA E É O AMOR DELA PELA CARREIRA MILITAR. OBRIGADO ZÉ POR ESTAS LEMBRADURAS BJS

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  2. Ai esse amor incondicional, que nos leva a criar poesia onde poderia bem haver tristeza...
    Quem sabe um dia viveremos todos sem o medo da guerra, amando a paz e desfrutando dela como deve ser.
    Bjusss

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  3. Muito bom o seu poema Zé Loureiro, fes-me lembrar a guerra colonial e um poema que gosto...

    "Não voltarei a Nambuangongo
    onde tu meu amor não viste nada. Adeus
    camaradas dos campos de batalha.
    Parto sem ti Pedro Soldado"
    Manuel Alegre

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  4. Era ainda muito jovem, frequentando o liceu Rainha D. Amélia e nunca esqueci aqueles enormes barcos que absorviam e levavam milhares de jovens garbosos e que muitas vezes voltavam estropiados, quando não envoltos num sobretudo de madeira. No cais, ficavam suas famílias acenando com aqueles lenços brancos e as almas carregadas de tristeza e medo pelos seus filhos, pais irmãos, enfim pelos seus amores!!!

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