poesia

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27 de fevereiro de 2013

"Quando supunha que o paraíso era a leste"








Carta aberta a um ceifeiro.
Algures, 1972.

Ceifeiro!
Tu, que com teu suor "porcos" alimentas em artesas d'oiro:
Olha para Leste.
Tu, que o trigo à terra arrancas e o pão com sangue amassas:
Olha para Leste.
Olha, olha para Leste, ceifeiro!
Sente o bafo impregnado de gotículas de Liberdade.
Entrega teu suor à terra, como adubo,
adubo que dê vida a um novo viver.

Olha, ceifeiro!
Eu, um filho de mineiro,
e que em mim sinto, algo que a ti pertence
também olho para Leste
e, embora à terra eu o pão não arranque,
também em artesas d'oiro "porcos" alimento.

Então ceifeiro!
Olhemos para Leste.

2 comentários:

  1. Olhe por onde olhar
    sempre a terra terás de suar
    cuide também de alimentar os porcos
    se quiser os seus filhos criar
    olhe por onde olhar...

    Teu poema social Zé, vem de encontro a este momento
    que parece não passar nunca. Beijo grande portuga.:-)

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  2. Pois é, agora com a informação que se tem à disposição com certeza a fazer um poema não diria olha para Leste. Continuamos a alimentar porcos corruptos em artesas de ouro mas a esperança no Leste há muito que se desvaneceu. Bem haja Gorbachev. Que tal fazer um poema ao ceifeiro nos tempos de hoje? Xi e bom domingo

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