poesia

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11 de agosto de 2013

O burro, o dono e a nora!








Arre burro! Gira a nora,
gritava o dono p'ró burro,
e o asno, calma fora,
respondia com seu zurro:

Se tens sede, eu também tenho,
não fui eu que assim te pus,
e longe vai meu empenho,
em por água ao alcatruz.

E mais o burro zurrou:
que a condição p'ra rodar,
é dar-lhe do que semeou,
tudo o que mais lhe agradar.

E 'inda o burro a zurrar:
tira-me a puta da venda,
quero ver o que pisar,
no percurso, minha senda.

O dono um acautelado,
os olhos lhe desvendou,
e deu-lhe o pasto de agrado,
o que antes reivindicou.

E o burro zurrou ao céu:
sou feliz, haja alegria,
cumpriu-se um desejo meu,
ganhei certa autonomia.

Foi assim...

6 comentários:

  1. por alguma razão, esta cena deu-me vontade de chorar Zé. :(

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  2. Zé, esta cena me remete a coisas que nem sei o que... É como se eu já a tivesse vivido, algo melancólico que guardamos lá no fundo da alma...
    Adorei.
    Bjusss

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  3. Só é feliz quem vive em liberdade...também me ocorreu acontecimentos actuais...gostei muito!

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  4. Gostei!..Fez-me lembrar a história que ouvia de meu Pai.do Velho o Neto e o burro.Abraço amigo Zé.

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  5. Gostei Zé, pelo facto de ser burro ninguém tem o direito de maltratar ainda mais este ser tão belo pelo facto de ser burro. Há muitos humanos mais burros do que este burro e que mereciam ser mais mal tratados do que este bichinho. Abraço amigo

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  6. Gostei, o burro não pode reivindicar a liberdade mas merece-a, outros burros não merecem e têm-na no entanto, querem tirá-la aos menos burros.

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