poesia

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21 de outubro de 2012

"O desconsolo das almas"










Desnudas do corpo, as almas,
sem seus exalos carnais,
vogando nas nuvens alvas,
de tédio lançam seu ais.

Miram do alto o que foram,
as vivências mais ousadas,
e as não tê-las deploram,
porque delas amputadas.

Como era bom o prazer,
que se soltava do coito,
ou doutros modos de o ter.
aquando de sexo afoito.

Como era bom o beijar,
alguém que muito se amava,
sentir seu corpo a vibrar,
quando do beijo abraçada.

Como se amava o olhar,
quando se via cruzado,
e que levava ao corar,
se de um amor partilhado.

Como se amava viver,
sentir o seu dia a dia,
amar e também sofrer,
ao sabor da fantasia.

Pobres almas, desoladas!
Em desconsolo a sofrer,
porque ad eternum castradas,
do que lhes dava prazer.

3 comentários:

  1. É impressionante como você consegue definir os vários sentimentos em apenas algumas palavras, carregadas de alma, de olhares e falares...
    Bjuss

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  2. O desconsolo das almas que nunca sentiram amor espiritual ou carnal, a vibração do toque , do abraço, do olhar partilhado, são almas tristes , pois nunca viveram a vida com aquele prazer que dá prazer à vida. Um abraço pelo poema carregado dum belo erotismo!!!

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