poesia

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20 de fevereiro de 2012

" O FADO E O RUÍDO"














A solo:

Um Ruído impertinente,
à porta dum Fado cantou,
convencido de haver gente,
a quem seu canto encantou.

Com surpresa do Ruído,
pelo Fado foi vaiado,
fora o Fadinho Corrido,
que o vaiou em tom irado.

Agastado e sussurrando,
deu de frosques humilhado,
e seu sussurro cerrando,
foi cantar para outro Fado.

Para outro Fado cantou,
cantou p'ró Fado Mandado,
mas este Fado o calou,
fechando a porta ao safado.

Passava o Fado Vadio,
vindo da borga o gingão,
meio torto e com fastio,
foi às fuças do mangão.

Por fim o chato Ruído,
combalido constatou,
ser apenas um sonido,
sem audição, definhou!

Em coro:

Ó Ruído! Vai-te embora,
vai-te embora, seu safado,
faz silêncio e colabora,
porque vai cantar-se o Fado.

3 comentários:

  1. Não possa nenhum ruído fazer calar o fado
    uma das mais belas expressões da música.
    Fado é história contando e cantando histórias...
    Parabéns por tão belas poesias.

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    1. Só em silêncio é que se entende o fado.

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